5 peças de design assinado que completam 70 anos em 2023
No começo dos anos 1950, a convivência entre o minimalismo, o modernismo e o nascimento do que viria a ser o organicismo caracterizava a esfera do design e da arquitetura. Usando como base para novas descobertas materiais modernos, como aço, vidro e concreto, as peças de 70 anos atrás viam em linhas simples a oportunidade de criar mobiliários estéticamente agradáveis, e, acima de tudo, atemporais.
Com forma e função em mente, as obras idealizadas no passado não apenas transcenderam o tempo, mas incorporaram conceitos visionários que se adaptaram à indústria e ambientes contemporâneos. Pela utilidade ou simplicidade, elas viraram referência e parte dos lares de 2023.
1. Cadeira Tonneau, de Pierre Guariche
A cadeira Tonneau – cujo significado se traduz, literalmente, para “barril” – nasceu no embalo das formas e técnicas orgânicas pós-modernistas. Assinada pelo designer francês Pierre Guariche, o móvel experimentou com os conceitos de movimento vistos na Escandinávia dos anos 1930 e os implementou em uma peça prática, confortável e elegante, que se tornou a primeira cadeira de madeira compensada moldada na França.
Inicialmente construído com um assento de plástico e pernas de alumínio, o projeto de Pierre estruturou a sua versão final em uma peça de madeira e com tubos de aço. Fruto de uma colaboração com o fabricante Steiner, em 1951, a cadeira inovou ao ser versátil e encaixar tanto no ambiente domiciliar, quanto no empresarial.
2. Folding Chair, de Egon Eiermann
A peça SE 18 Folding Chair – ou “Cadeira Dobrável”, em tradução livre – foi desenvolvida pelo arquiteto alemão Egon Eiermann em apenas três meses. Com um mecanismo prático, o móvel foi um sucesso na época devido a sua habilidade de fixar as pernas traseiras e dianteiras uma à outra e ocupar pouco espaço, unindo a praticidade à estética minimalista.
Desenvolvida para a Wilde & Spieth em madeira de faia lisa e compensado moldado, a cadeira continua em produção. Desde o seu lançamento em 1953, a colaboração entre Eiermann e a fabricante rendeu 30 modelos no total até a morte do designer, em 1970.
3. DOT™, de Arne Jacobsen
Uma marco icônico – e atemporal – na história do design, o banco DOT™ combina a simplicidade com uma forma marcante e sofisticada. Assinado pelo designer dinamarquês Arne Jacobsen, o móvel foi contra a tendência de formas fluídas do pós-guerra ao se erguer sobre pernas tubulares de aço e assentos de teca simples, permitindo o empilhamento das peças para ocupar pouco espaço de armazenamento e a ambientando em bares, cafés, casas e mais.
Arne desenvolveu o banco DOT™ em conjunto com o fabricante de móveis Fritz Hansen, também responsável pelo banco Ant (ou “Formiga”), que está entre as criações mais famosas do designer. Ambas as obras desvelam a ambição de Arne de criar formas funcionais de design baseadas em métodos de produção industrial.
4. Standard Lamp, de Serge Mouille
Ao utilizar estruturas metálicas extras e ângulos inspirados por formas naturais, a lâmpada Standard, de Serge Mouille, dialogava com as tendências do modernismo orgânico. Inspirada também pelo surrealismo devido ao formato da cúpula, que lembra um seio, a peça traz à frente o histórico e contato do designer francês com profissionais do movimento avant-garde, como Jean Prouvé e Louis Sognot.
A Standard Lamp foi comissionada, em 1953, pela companhia Süe et Mare’s Compagnie des Arts Français. A lâmpada é constituída de uma parte de metal lacado preto e interior lacado branco, além de um refletor de alumínio. Embora nunca tenha sido produzida em larga escala, conquistou um espaço especial entre as produções pós-guerra do design francês. A peça, em 2000, foi reemitida pela viúva do artista, que criou a Éditions Serge Mouille.
5. Hang-It-All, de Charles Eames e Ray Eames
Com esferas coloridas que flutuam pelo espaço, o cabideiro Hang-It-All, de Charles e Ray Eames, foi pensando para as crianças. O móvel foi idealizado para organizar elementos desde casacos e cachecóis e até brinquedos.
O experimentalismo dos designers é visto na concepção do projeto: o cabideiro era produzido a partir de um método de baixo custo e produção em massa, que produzia os móveis de modo simultâneo. O Hang-It-All original foi fabricado, até 1961, pela Tigrett Enterprises Playhouse Division, mas foi reintroduzido pelas marcas Herman Miller and Vitra.