CASACOR lança tema e divulga as datas do próximo evento em São Paulo
“De presente, o agora”. Que ancestrais queremos ser? Qual o legado que deixaremos para as próximas gerações e para o planeta? É com essa reflexão e provocação, que toma forma o mote da CASACOR 2024, a mais completa mostra de arquitetura, paisagismo, arte e design de interiores das Américas.
O tema – que permeará todas as edições nacionais e internacionais da CASACOR no próximo ano – foi apresentado, em evento fechado para parceiros, fornecedores, imprensa e influenciadores no MASP, Museu de Arte de São Paulo.
Durante a apresentação, André Secchin, CEO da CASACOR, citou o sucesso dos eventos em 2023, ainda em exposição em algumas cidades do país, e falou sobre o planejamento e o posicionamento da marca. “Apostamos numa dinâmica diferente para a apresentação do tema da CASACOR 2024, pois entendemos a importância e o impacto que ele tem em nosso segmento”.
Secchin explica que a ideia central é abrir o processo criativo da CASACOR para o mercado, enriquecendo o debate e destacando ainda mais o trabalho de pesquisa da equipe curadora e da organização da mostra. “Trouxemos nossa equipe curatorial, que anualmente pesquisa os principais cenários e questões que impactam o segmento de arquitetura, design, sustentabilidade e comportamento e propusemos um bate-papo aberto com a trend forecaster holandesa Li Edelkoort, uma das mentes que nos inspira na definição da temática anual, traduzida em campanha pela Agência Sharp”.
Ele completa dizendo que ao colocar os holofotes no tema, a marca estimula novos cenários e projetos para seus eventos em 2024. “Temos que instigar e intrigar. Esse é o papel da CASACOR como principal voz e organizador de mercado do segmento”.
De presente, o agora
Para o próximo ano, a CASACOR convida a desviar o olhar para um novo eixo criativo, menos eurocêntrico e mais autêntico. O momento é mais que oportuno, pois o mundo olha o Brasil com esperança e fascínio, frente às ameaças de um colapso climático. É o que revela Livia Pedreira, curadora da mostra, ao lembrar que marcas e profissionais do elenco terão a oportunidade de refletir e explorar o tema, sintetizado na campanha “De presente, o agora”.
“Esse exercício deve estar pautado em inovação e responsabilidade com o legado que pretendemos deixar para as gerações futuras”, acrescenta a curadora. Ela destaca que o Manifesto 2024 evidencia ainda mais essa intenção, ao propor uma imersão em nossa biodiversidade cultural, na beleza de nossa origem, feita de resiliência, alegria e encantamento. “Nos convoca também a ouvir as vozes dos guardiões do planeta. Aqueles que mantêm em seu estilo de vida a sabedoria necessária para curar a terra”, sintetiza Livia.
Para enriquecer ainda mais o debate, a CASACOR promoveu um bate-papo com a trend forecaster holandesa Lidewij Edelkoort. Cidadã global, a famosa educadora, editora, curadora de design e de exposições internacionais aposta no poder criativo do chamado Sul Global, onde o Brasil está inserido, como uma alternativa de futuro para a humanidade.
A conversa de Edelkoort com Pedro Ariel Santana, jornalista especializado e curador da mostra, e Alexandre Salles, arquiteto, mestre em Semiótica Urbana (FAU-USP) e coordenador do Instituto Europeo de Design (IED), colocou sob os holofotes a urgência de aprofundar as pesquisas sobre nossas heranças culturais, tão ricas quanto diversas, somadas às inovações tecnológicas, estimulando os profissionais e as marcas presentes a pautarem seus projetos e produtos por esse novo e tão necessário olhar.
CASACOR São Paulo 2024
Além da apresentação do tema e da campanha, o evento teve o anúncio da data para a 37ª edição da CASACOR São Paulo. Em 2024, o evento será realizado de 21 de maio a 28 de julho. O palco de tudo isso será novamente o Conjunto Nacional, na Avenida Paulista 2073, dando continuidade ao sucesso do evento num dos mais visitados endereços da cidade.
Em 2024, a mostra vem repleta de novidades: vai ocupar o mezanino e o terraço aberto do edifício e terá uma implantação totalmente diferente.
Manifesto 2024, por Livia Pedreira
O mundo olha o Brasil com esperança e fascínio, frente às ameaças de um colapso climático e humanitário. E esse olhar não poderia ser mais certeiro.
Por acolher em seu território a maior parte da Floresta Amazônica – precioso pulmão verde do planeta – e uma biodiversidade de magnitude ainda incalculável, o país reúne elementos para gerar a alvorada de uma inédita ordem econômica: mais verde, mais igualitária, mais diversa, mais solar.
Complexa, exuberante e contraditória, a nação brasileira enfrenta o desafio de reparar injustiças estruturais. E compor uma poderosa sinfonia com todas as vozes que foram silenciadas ao longo dos séculos.
Celeiro que alimenta o mundo, não eliminamos a fome entre nós. Somos exemplares no uso de energias limpas, mas ainda convivemos com o desmatamento ilegal e a poluição dos rios. Não escapamos do cotidiano mundial de hiperdigitalização, que não livra ninguém da ansiedade, da solidão nem da dificuldade de nos entendermos uns aos outros.
Entre tantos paradoxos, que embaraçam a trama da vida, é urgente repactuar o presente para inventar o futuro. Um mergulho na biodiversidade cultural em que nos movimentamos será capaz de revelar a beleza de nossa origem, feita de resiliência, alegria e encantamento. Tais habilidades, não há quem possa negar, sempre nos acompanharam. Se hoje parecem sufocadas ou esquecidas, é reconfortante saber que temos a quem recorrer.
Ainda podemos ouvir os guardiões do planeta. Aqueles que mantêm em seu estilo de vida a sabedoria necessária para curar a terra, limpar os rios, proteger as florestas e nos religar ao cosmos. Estejam eles entre árvores, no asfalto das cidades ou em centros de pesquisa.
Dessa confluência de saberes, brota a consciência inevitável de que nossas pegadas deixarão vestígios na Terra. Constatação que redobra a responsabilidade de todos com as escolhas do presente. Sempre seremos ancestrais de alguém. Que ancestral queremos ser? Certamente, seres solares. Os provedores de todas as cores da esperança.
FONTE: casacor.abril.com.br